Friday, September 08, 2006

Coisas do Espelho

Vênus ao Espelho - Velasquez
Chegou um dia em que o espelho estranhou algo naqueles olhos tão familiares, mas não soube ver o que era. Tempos depois eles já não choravam. Não mais se focavam em si. Não se concentravam. Não brilhavam quando chegava de um encontro. Não sorriam, não escondiam mais nenhum mistério. Os olhos já não diziam nada. Eram olhos vivos de um corpo vivo de uma alma morta. Alma "morta" por intoxicação de uma substância estranha até então à sua existência.
O veneno que a intoxicara tinha um nome bem comum, se chamava amor. A cura? Ironias à parte, basta encontrar apenas uma pessoa com a doença semelhante, bem compatível à dela, e esse veneno passa a ser apenas amor, uma coisa no mínimo bem legalzinha e emocionante.
P.S.: Ontem descobri que amor incondicional também é coisa de Contos de Fadas. Daqui a pouco o meu chão volta, mas o pedaço de amor que perdi ontem, e outro pedaço que perdi agora de manhã não voltam mais. Pior que ambos eram, de fato e de direito, amor diferentes, mas verdadeiros, reais, pelo menos da minha parte...

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